Aos 71 anos, médico conquista 29 medalhas em competições de natação em um ano e mostra que é possível rejuvenescer com hábitos saudáveis
Dr.
Paulo Bittencourt desafia o tempo com corpo e coração de 45 anos, provando que
esporte e disciplina podem transformar o processo de envelhecimento
Na Semana
da Saúde (2 a 7 de abril), quando o Brasil volta sua atenção
para temas como prevenção, bem-estar e qualidade de vida, uma história real
chama a atenção por quebrar paradigmas: o neurologista curitibano Dr.
Paulo Mudrovitsch de Bittencourt, de 71
anos, conquistou nada menos que 29
medalhas de pódio (ouro, prata e bronze) em competições de natação
amadora ao longo de 2024 — um feito inédito no Paraná
e em Santa Catarina para alguém fora do circuito
profissional.
Ao
todo, foram seis campeonatos estaduais e três
campeonatos brasileiros. Seu desempenho é fruto de muito
treino. Ele nada desde os 11 anos de idade e segue uma rotina
de exercícios, alimentação e trabalho extremamente disciplinada.
Estudioso,
Dr. Paulo compartilha que a prática de 150 minutos de atividade
aeróbica por semana — o que equivale a cerca de 20
minutos por dia — tem um efeito comprovado de rejuvenescimento
para o corpo e para o cérebro.
Médico
neurologista, ele alterna 14 rotinas de treinos.
Todos os dias, sua jornada começa por volta das 6h
da manhã, quando escolhe entre natação,
elíptico ou remo — ouvindo sua playlist de rock ou
assistindo TV, quando treina em casa. Depois disso, segue para seu dia de
trabalho na Clínica Dimpna, em
Curitiba, onde atende pacientes até o final da tarde.
“Consigo
manter esse ritmo de treinos e participar das competições porque nunca tive
nenhuma lesão considerável. Também nunca fiz reposição hormonal”, pondera o
neurologista.
Sua
dieta segue os princípios da alimentação mediterrânea e japonesa,
sem alimentos de origem bovina, como carne vermelha e leite. Desde a década de
1990, Dr. Paulo mantém esse estilo alimentar, ao qual mais recentemente
acrescentou o jejum intermitente. O
sono também é prioridade: dorme e acorda sempre no mesmo horário,
prática considerada essencial para a longevidade.
A
soma desses hábitos produziu um resultado impressionante: seu relógio
cardiovascular equivale ao de uma pessoa entre 45 e 48 anos.
Dados
do Ministério da Saúde indicam
que apenas 22% da população com 60 anos ou
mais pratica atividades físicas com regularidade. A
consequência disso se reflete nos índices de doenças crônicas, como hipertensão,
diabetes e doenças cardiovasculares — responsáveis por
grande parte das internações hospitalares nessa faixa etária.
Estudos
internacionais, como o publicado pelo British Journal of Sports Medicine,
mostram que a prática regular de esportes pode reduzir
em até 40% o risco de morte precoce em pessoas com mais de
60 anos. Além disso, um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta
que a atividade física tem impacto direto na saúde mental e
cognitiva de idosos, prevenindo sintomas de depressão,
demência e Alzheimer.
É
nesse contexto que a trajetória de Dr. Paulo se torna ainda mais relevante: ele
mostra que não apenas é possível envelhecer com saúde,
mas também rejuvenescer o organismo com a
combinação certa de disciplina, motivação e informação.
Aos
71 anos, ele segue firme com seus objetivos. Já está inscrito para competir no
próximo Campeonato Master de Natação,
que acontece em Porto Alegre (RS), no dia 1º de maio.“Não me incomodo de perder, gosto de
competir”, conta.